Imagine que você está à frente de um projeto de inovação e transformação digital na sua empresa. Será que apenas a missão, a visão e os valores são suficientes para engajar os colaboradores e convencê-los sobre a importância desse processo de mudança? Em uma palavra, a resposta é não. Na verdade, falta um elemento essencial nisso tudo: propósito, algo que é facilitado pela aplicação do Círculo Dourado de Simon Sinek. Por sinal, a definição de um propósito é determinante para o sucesso de qualquer organização. Mesmo aquelas que insistem em seguir uma linha de gestão excessivamente tradicional precisam de um trunfo poderoso, que inspire e engaje as pessoas que fazem a roda girar. Somente assim elas se sentirão motivadas o bastante para se dedicarem, dia após dia, da maneira desejada. Mas o que é esse Círculo Dourado e por que ele é tão importante na elaboração do propósito organizacional? Se você quer saber mais sobre essa metodologia, continue a leitura e confira nosso post!
O nome vem da tradução de Golden Circle, conceito criado por Simon Sinek, especialista em inspirar empresas na busca da razão de sua existência. Se isso parece um tanto filosófico, logo mostraremos que o resultado final é mais prático e real do que se imagina. Quanto ao círculo em si, ele é constituído por três camadas ou esferas, que são exploradas da parte mais interna para a mais externa. Cada uma dessas partes aponta para um questionamento, como mostrado, logo a seguir.
Parte mais central do círculo, essa camada cumpre a função de indicar qual é, de fato, a principal razão que levou à inauguração do negócio. Ela sinaliza a finalidade de a empresa realizar todas as atividades previstas em seu cotidiano de trabalho.
Autoexplicativa, essa pergunta está ligada à elaboração do conjunto de práticas a serem adotadas para alcançar o propósito determinado na esfera anterior. Aqui, entra em cena o desenvolvimento de um bom planejamento estratégico.
Igualmente de fácil dedução, refere-se aos produtos ou serviços criados e oferecidos pela organização ao seu público-alvo. Portanto, trata-se de um espaço que deve apresentar a proposta de valor da empresa.
O Círculo Dourado é um modelo de gestão que se concentra na criação de uma cultura organizacional dinâmica, que alinhe as metas e valores da empresa. Sua estrutura é baseada em três princípios básicos: propósito, valores e prática. Assim, ele permite definir os objetivos da empresa, os valores que devem fazer parte de suas estruturas e a prática para conduzir as ações da empresa. Portanto, ele incentiva a tomada de decisão com base em elementos que são importantes para criar uma comunicação transparente e que leva à responsabilidade coletiva. Isso favorece a criação de um ambiente de trabalho motivador, em que os colaboradores podem se desenvolver, produzir bons resultados e contribuir para o sucesso da empresa.
O Círculo Dourado é usado como um modelo para ajudar as empresas a entenderem o que as motiva a inovar. Logo, apresenta uma relação estreita com a capacidade da equipe de trazer novidades para o negócio. Essa metodologia permite explorar uma abordagem intuitiva, que procura identificar os quatro elementos fundamentais para alcançar o sucesso: propósito, ações, processos e produtos. Ele sugere que as empresas devem começar a pensar em seu propósito e, depois, entender o que motiva a sua audiência. A partir daí, devem identificar as ações e os processos necessários para alcançar esse propósito, e criar produtos e serviços que melhor atendam às necessidades do público-alvo. Nesse ponto, a inovação pode florescer por meio de técnicas diferenciadas, criação de novos processos ou do desenvolvimento de produtos com melhorias focadas no seu público. Essa abordagem ajuda as empresas a ter foco nos resultados que desejam alcançar. Ao mesmo tempo, permite que elas explorem e inovem com seus produtos e serviços para atender com qualidade às demandas dos clientes.
O Círculo Dourado é fundamental na compreensão das distinções entre missão, visão, valores e propósito organizacional. Se o intuito da empresa é implantar um projeto de inovação e tecnologia que realmente proporcione diferencial competitivo, é preciso conhecer tais diferenças. Afinal, enquanto a missão determina as atividades desempenhadas pela organização, a visão expressa como ela deseja ser vista daqui a certo tempo. Como complemento, os valores organizacionais moldam a cultura a ser respirada e difundida internamente. Já o propósito estabelece uma profunda ligação com o efeito positivo da empresa na sociedade e no mundo, de forma geral. Ele demonstra para as pessoas envolvidas (não só colaboradores, mas parceiros, clientes e investidores) por que as atividades realizadas pelo negócio são indispensáveis. Logo, a própria existência da marca passa a ser imprescindível, algo que produz um impacto marcante na conexão e no engajamento do público que se relaciona com ela. Naturalmente, o grau de identificação com a empresa aumenta, o que, cedo ou tarde, também se reflete no lucro obtido. Essa consequência é fruto do modo como as soluções de um negócio se conectam com a vida real de quem as consome. O propósito tem papel decisivo nesse processo porque relembra aos gestores que o investimento em inovação deve ser seguido de produtos que sejam mais do que meros objetos.
Todo gestor bem informado sabe que, além de montar equipes multidisciplinares, é necessário liderá-las adequadamente. A metodologia em questão funciona como um guia para os líderes, que orientam seus funcionários a não perderem o propósito de vista. O cuidado evita, por exemplo, que a empresa lance soluções com pouca ou nenhuma relação com aquilo que ela deseja proporcionar a seus clientes. Em outras palavras, não se corre o risco de "inovar por inovar". Antes de tudo, é preciso ter em mente bons motivos para alterar determinado processo, já que o intuito é aprimorá-lo. Na prática, a aplicação da “lógica” do Golden Circle facilita a tarefa de inspirar os colaboradores, pois tudo se torna mais nítido. Cada pessoa sabe exatamente qual é o impacto do seu trabalho na vida de um grupo de indivíduos — por menor que ele seja. No dia a dia, esse detalhe produz uma enorme diferença, uma vez que o clima organizacional melhora, sendo um reflexo da atmosfera de ânimo e motivação que circula cotidianamente entre as equipes. De onde vem essa energia extra? Da própria identificação dos funcionários com o principal objetivo da existência da empresa em que trabalham.
A partir do que foi dito até aqui, fica evidente que o Círculo Dourado é vital para encantar o público e aproximá-lo cada vez mais da marca — o que depende bastante de uma boa gestão de marketing. Resta saber como aplicar o Golden Circle no seu negócio.
O primeiro passo consiste em pensar e em transmitir qual é a verdadeira razão de existir da empresa. O ideal é que o propósito organizacional traga elementos não abordados pelos concorrentes. Assim, você demonstra que sua empresa tem um olhar único sobre determinados aspectos. Ao mesmo tempo, indica exatamente por que ela investe em tecnologia e inovação. Quando os profissionais da empresa entendem e se identificam com os objetivos traçados, eles passam a querer fazer parte desse projeto grandioso.
Nesse ponto, é hora de determinar quais serão as ferramentas e estratégias usadas para colocar o propósito em prática. De nada adianta um belo slogan, se ele não for visualizado e sentido pelas pessoas envolvidas no processo.
Esse é o momento de apresentar a oferta de valor associada ao produto ou serviço entregue pela empresa. Para se destacar no mercado e mirar o status de scale up, o negócio deve ser capaz de atrelar as qualidades da solução à real transformação da vida das pessoas.
Apesar de ter uma boa aceitação, ainda existem várias críticas ao Círculo Dourado de Simon Sinek. Por exemplo, há sugestões de que as pessoas devem começar a utilizar esse conceito com foco no cliente, e não nas razões de existir. Além disso, há autores que destacam que nem tudo tem um porquê. Nesse sentido, é preciso entender as causas da necessidade de um produto para implementar o Círculo Dourado. Outro aspecto mencionado é relacionado à comunicação. Por exemplo, o conceito aponta para a necessidade de esclarecer os objetivos da empresa, mas os críticos ressaltam que há a hora e o local adequados para fazer isso. Além disso, destacam que as grandes marcas que utilizam o conceito não apontam os seus objetivos em todo ato de comunicação.
Existem diversas marcas que recorrem ao Círculo Dourado para obter maior lucratividade e se diferenciar dos concorrentes. Por exemplo, a Apple não foca os smartphones como celulares, mas sim, um meio de conectar os indivíduos com diversos aspectos artísticos. Outra marca famosa que usa o conceito é a Nike. Ela oferece artigos esportivos para ajudar as pessoas a serem ainda melhores nos esportes que praticam. Para isso, usam o lema “Just do It” para cativar as pessoas e as fazer investir em seus produtos. A partir das premissas do Círculo Dourado de Simon Sinek, você exerce uma gestão muito mais fluida e eficaz de seus times de trabalho. Não à toa, o método se mostra determinante na otimização da jornada de transformação digital vivenciada pela sua empresa. Você acha que esse tipo de metodologia pode trazer excelentes resultados para a empresa? Então, deixe um comentário e compartilhe conosco se você já utilizou algumas dessas inovações!