A era de transformação digital impactou significativamente o contexto empresarial. Com isso, cada vez mais, o mercado de trabalho tem exigido novas competências, que não mais se restringem às habilidades técnicas.
Provavelmente, você já ouviu falar da relevância que vem sendo dada às soft skills — estreitamente relacionadas ao comportamento humano —, mas no relatório "Jobs of Tomorrow", do ano de 2020, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, uma delas ganhou um destaque especial: o domínio de metodologias ágeis.
Ainda que o documento reúna 96 profissões do futuro, divididas em sete categorias distintas, todas requerem essa aptidão. Diante disso, é importante destacar que esses métodos pertencem a um movimento superior: a cultura ágil.
Nas próximas linhas, confira do que se trata o conceito, quais são as suas características, qual é a sua importância, entre outros pontos. Boa leitura!
O que é cultura ágil e quais são as suas características?
Em uma definição simplificada, a cultura ágil pode ser compreendida como uma abordagem que valoriza a cooperação e a colaboração entre as equipes — a contribuição de ideias, em especial. As organizações que adotam essa metodologia tendem a construir negócios estáveis e velozes, com um força de trabalho composta por colaboradores eficientes e altamente adaptáveis.
Nesse sentido, pode-se dizer que o principal objetivo é diminuir o controle, a autocracia e, é claro, a burocracia inerente aos processos de produção. Estamos falando, então, de uma filosofia que se relaciona de maneira direta com a cultura organizacional.
Ela abarca transformações nos valores e na visão da empresa, trazendo mais dinamicidade aos processos, justamente, por haver uma percepção de valor no potencial individual de cada profissional.
Inclusive, quando um empreendimento efetivamente incorpora a cultura ágil à sua rotina, a alteração do mindset interno é notória, já que as suas características são bastante marcantes. A seguir, listamos algumas das principais:
- orientação para o crescimento — as ações implementadas são direcionadas ao crescimento empresarial, não limitado à rentabilidade e aos valores, mas envolvendo, inclusive, o conhecimento;
- práticas voltadas à aprendizagem — o mindset ágil estimula a organização a se manter orientada a contínuas melhorias nos conhecimentos do seu quadro de pessoal, de maneira que se torne possível, entre outras coisas, obter resultados potencializados;
- posicionamento do cliente no centro do processo — embora se trate de uma tendência que não é exclusivamente parte da cultura ágil, esse ponto é indispensável na sua adoção, afinal, uma visão não orientada ao atendimento das expectativas dos consumidores, a longo prazo, pode comprometer exponencialmente os resultados alcançados;
- definição de metas objetivas — é essencial para que as equipes possam se organizar, distribuir as atribuições e compreender como poderão se planejar à medida que o tempo passa;
- não fixação de metas objetivas — embora pareça ser contraditório à característica anteriormente mencionada, o fato é que, em paralelo, as organizações que adotam a cultura ágil não se prendem às metas estipuladas porque compreendem a dinamicidade do cenário em que estão inseridas, no qual tudo pode mudar a qualquer momento;
- transparência — é um aspecto que torna viável que cada profissional que integra a força de trabalho da companhia esteja a par dos objetivos almejados, dos prazos definidos e do caminho a ser seguido para alcançá-los.
Qual é a sua importância?
Na prática, a cultura ágil envolve soluções, condutas e valores mais ágeis e práticos para que os problemas cotidianos sejam superados. Isso ocorre a partir do abandono de crenças limitantes, que trazem prejuízos a todo o ambiente organizacional — daí a sua tamanha importância.
No entanto, é interessante destacar que os seus benefícios vão além. A seguir, elencamos os principais:
- aumento da autonomia — a partir do estabelecimento de metas, os profissionais podem decidir de que maneira organizarão as próprias pautas, dando resolução aos entraves em questão, dispensando a aprovação de gestores hierarquicamente superiores para a tomada de decisões;
- incentivo ao feedback — a adoção da cultura ágil incentiva as equipes a fazerem uma reflexão constante acerca do modo como vêm trabalhando e sobre a possibilidade de trazer mais eficiência aos processos, o que estimula o feedback entre os profissionais, que passam a indicar uns para os outros quais são as atividades que podem passar por uma otimização;
- estímulo a uma comunicação horizontalizada — os times atuam de maneira colaborativa e as tomadas de decisões ocorrem mesmo nos níveis mais inferiores da organização, incentivando uma troca de conhecimentos e promovendo mais agilidade para a resolução de problemas;
- aumento do engajamento — a autonomia faz com que as equipes se envolvam mais nos projetos, principalmente, em comparação às culturas tradicionais, que se fundamentam muito no controle e na hierarquia;
- elevação da satisfação dos clientes — em razão de resultar em contínuas otimizações e, até mesmo, em entregas mais céleres, a cultura ágil gera encantamento nos consumidores;
- aumento do compartilhamento dos valores e da visão — há uma espécie de encorajamento para que os trabalhadores se coloquem no lugar dos consumidores, ao mesmo tempo em que a liderança ágil abandona o microgerenciamento e aposta no desenvolvimento de uma visão mais motivadora.
Como implementar a cultura ágil?
Como vimos ao longo dos tópicos, a adoção da cultura ágil implica uma verdadeira transformação no negócio. Por essa razão, é fundamental entender como iniciá-la internamente e de modo eficiente. Confira uma espécie de passo a passo:
- reduza a dependência em relação às lideranças — a descentralização do trabalho é essencial para que todos se tornem responsáveis pelas suas atividades, elevando a autonomia;
- diminua o tamanho dos times — quanto mais integrantes as equipes tiverem, maior será a tendência à perda de foco com o passar do tempo;
- atribua responsabilidades a todos — o aumento do empoderamento é uma característica marcante da cultura ágil, mas é importante destacar que todas as decisões tomadas pelos colaboradores devem prezar pela experiência do cliente no centro dos processos;
- torne a liderança um apoio — na cultura ágil, a liderança não assume a responsabilidade por todas as decisões tomadas e nem tem o papel central de distribuir ordens, afinal, o seu propósito principal é oferecer segurança e suporte para as equipes, aproximando-se mais da função de consultoria;
- incentive a criação de pontes de informações entre as equipes — em razão de o trabalho desenvolvido ser extremamente interdependente, é imprescindível que todos os profissionais estejam a par de todas as iniciativas a serem implementadas, o que requer a eliminação de eventuais gargalos na comunicação.
É possível concluir, portanto, que a cultura ágil implica uma verdadeira transformação da mentalidade organizacional. A partir da sua adoção, passa a haver uma nova forma de pensar e, inclusive, de agir no ambiente interno — momento em que o foco se volta à agilidade, à modernização e, é claro, à qualidade. Além disso, a sua inserção no contexto de transformação digital é perfeita, já que segue o mesmo ritmo da evolução tecnológica.
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