Já faz algum tempo que líderes de diferentes empresas perceberam a importância de contar com um RH estratégico. Afinal, esse modelo é decisivo para que a organização alcance os resultados que almeja. Todo esse sucesso, entretanto, depende da utilização de diferentes tipos de inovação, como o uso do indicador full-time equivalent (FTE). A partir desse importante KPI (Indicador-chave de desempenho, em português) e o auxílio do people analytics, os gestores aprimoram a gestão de suas equipes. Consequentemente, contribuem de maneira mais satisfatória para o cumprimento das metas e objetivos traçados por cada departamento. Mas, afinal, o que é full-time equivalent e por que ele é tão determinante para o crescimento de uma empresa? Confira as respostas nas próximas linhas!
Pensando em português, vale a pena considerar o conceito como equivalente em tempo integral. Como gestor, certamente você sabe muito bem que as pessoas não são robôs. Logo, é praticamente impossível (ao menos, improvável) que elas consigam se manter efetivamente produtivas ao longo de cada segundo de sua jornada de trabalho. A constatação se aplica a qualquer formato: trabalho remoto, híbrido e físico. Na prática, o intervalo definido como horário de trabalho é constituído de um conjunto de pequenas interrupções do fluxo produtivo. Existem aqueles poucos minutos em que todo mundo vai à copa tomar água ou café, por exemplo. Às vezes, essas “quebras” de ritmo também são usadas para tirar alguma dúvida com um colega ou mesmo dar uma olhada em suas redes sociais. Essas pausas são essenciais para que, no fim das contas, cada colaborador renda o que se espera dele. Portanto, o gestor, ciente de que a qualidade do clima organizacional é vital para o sucesso do negócio, sabe que existe o momento de criar e a hora de relaxar. Isso vale, literalmente, para todas as pessoas da organização. Não é à toa que muitas empresas ao redor do mundo vão além do básico, oferecendo espaços reservados para ampliar essa sensação de relaxamento. São aquelas salas com consoles de games, sofás e até redes para deitar e tirar uma soneca depois do almoço.
A esta altura, já é possível vislumbrar algumas vantagens do FTE. Basicamente, essa métrica facilita todo o processo de tomada de decisão relacionado à gestão de pessoas. Acrescente-se que as pausas exemplificadas acima partem de um acordo tácito entre empresa e funcionários. Os intervalos não são vistos como um problema. Na verdade, essas pequenas paradas costumam influenciar positivamente o próprio desempenho do profissional. Essa é a expectativa, o que nem sempre corresponde à realidade. Dito isso, os dados do FTE dão mais propriedade e convicção ao gestor na hora de promover, aplicar advertências e realizar desligamentos de membros de sua equipe. Com mais dados em mãos, deliberações como essas tendem a se tornar menos complicadas. Detalhe: a relevância do full-time equivalent não para por aí. A métrica também proporciona uma visão ampla sobre algumas necessidades das equipes. Além da análise individual em si, é importante constatar que alguns aspectos costumam interferir no desempenho. Internamente, talvez algumas pessoas de uma dada equipe estejam sobrecarregadas, por exemplo. Ocasionalmente, a produtividade aquém do desejável está mais ligada à ausência de habilidades que podem ser desenvolvidas via treinamentos específicos. Em outros casos, o tipo de atividade exercida é incompatível com a carga horária prevista. Fato é que o FTE é igualmente determinante na identificação dessas outras situações. A ideia que rege o índice é descobrir o verdadeiro tempo de produtividade, correto? Porém, as causas que explicam a alta ou baixa performance variam. Cabe ao gestor, portanto, trabalhar com ferramentas que aumentem o grau de precisão do diagnóstico. Nesse sentido, a implantação de uma cultura data-driven no RH é mais do que bem-vinda.
Outra boa notícia refere-se ao cálculo do FTE, pois é algo relativamente simples. Basta dividir o total de horas trabalhadas pela carga horária média da jornada de trabalho definida pela empresa. Assim, temos a seguinte fórmula:
FTE = total horas trabalhadas / carga horária média x 100
Nesse sentido, se a jornada média é de 40 horas semanais e o funcionário X trabalha por 35 horas, o FTE seria:
FTE = 35 / 40 x 100
FTE = 87,5%
Como comentado anteriormente, o índice também serve para analisar a compatibilidade entre a jornada de trabalho e o tempo necessário para a conclusão das tarefas. Para avaliar as horas ideais para a concretização das atividades é preciso inserir, no cálculo, os intervalos (pausa do café etc.) praticados pelo colaborador. O intuito, aqui, é demonstrar qual é a interferência das pausas na produtividade. Se, por exemplo, o total de horas ociosas chega a 10% da jornada do mesmo colaborador X, essa porcentagem deve subtrair o FTE identificado anteriormente. Logo, seu FTE efetivo seria de 77,5%. Em termos teóricos, o número assinala que há uma perda de 22,5% em produtividade. Em termos práticos, tudo depende de outros fatores, como já informado em outro momento deste post. Para muitas empresas, o nível de aperfeiçoamento e detalhamento que precede a entrega de um item é alto e, portanto, consome mais tempo. Daí a inferir que há uma grande perda de produtividade é um passo a ser dado com mais cautela. Além da avaliação quantitativa, é preciso incluir no raciocínio o tempo necessário para entregar um produto com máxima qualidade. Soma-se a isso o cálculo do período requerido para a finalização das etapas que compõem o processo.
Independentemente do segmento da sua organização, o FTE se mostra extremamente útil nas mais diferentes circunstâncias. A partir desse KPI, é possível:
Como se vê, a utilização do full-time equivalent propicia uma considerável vantagem competitiva às organizações que fazem uso dessa indispensável métrica de RH. Entre outras coisas, o FTE ajudará sua empresa a efetuar um bom gerenciamento de tempo e, assim, conquistar seus objetivos. E por falar na busca de resultados, aproveite para aprender a criar um planejamento digital e, assim, deixar tudo organizado!