Além de implementar o redesenho de processos, a sua empresa precisa de um modelo de gestão ágil. Esse aspecto é decisivo para que a jornada de transformação digital planejada seja bem-sucedida. Afinal, o modo como os projetos são acompanhados e avaliados deve ser coerente com as mudanças profundas vivenciadas pelo meio corporativo. Entre outras coisas, isso significa que a adoção de diferentes tipos de inovação é insuficiente — eles dependem de um método de gestão adequado. Apenas para ilustrar, processos inovadores baseados em modelos de gestão antiquados equivalem a tentar encaixar um quadrado dentro de um círculo. Quais são as chances reais de isso dar certo? Sim, essa é a questão. Existe também um complicador: a confusão com relação ao que separa a chamada gestão ágil da tradicional. Felizmente, estamos aqui para explicar as diferenças mais relevantes sobre ambas. Tire todas as dúvidas a respeito do assunto agora mesmo!
Para se ter uma ideia da relevância do núcleo que sustenta o que se chama de gestão ágil, existe até um manifesto sobre ela. Após diversas avaliações de métodos de gestão diferenciados implementados por algumas organizações, o texto foi lançado no ano de 2001. Basicamente, ele serve como um guia, sempre consultado por todo gestor que deseja conquistar o ápice de evolução de uma gestão verdadeiramente ágil. De maneira resumida, o manifesto ágil contempla quatro pilares:
Por fim, é importante fazer um pequeno parêntese. Afinal, o conteúdo que deu vida ao documento não foi idealizado sozinho, e sim por 17 especialistas. Portanto, nota-se, mais uma vez, a presença marcante da cocriação no desenvolvimento de modelos e de metodologias com grande poder de transformação das empresas. O Business Model Canvas, por exemplo, também foi criado de forma colaborativa.
Sem sombra de dúvida, as bases do conceito de gestão ágil são contrárias ao que se vê no dia a dia de organizações ainda atreladas ao modelo convencional. Resta esmiuçar as distinções entre os dois modelos.
Em termos de diferenças, esse é um dos fatores mais significativos e, ao mesmo tempo, ilustrativos. Basta pensar que organizações com gestão tradicional mantêm uma hierarquia rígida, baseada em decisões que vêm “de cima para baixo” (Top Down). Na prática, trata-se de empresas nas quais os colaboradores têm pouca ou quase nenhuma autonomia para tomar decisões. Em vez disso, eles tendem a ser apenas informados sobre as suas atribuições e responsabilidades. Existem grupos empresariais mais antigos, como a GE, que cresceram de maneira linear, e não exponencial, como o Facebook, que ainda seguem a hierarquia tradicional. A própria Apple é mais um exemplo marcante. Afirmar que elas não tentam se adaptar à gestão ágil já é outra história. Quanto à hierarquia da gestão ágil, basta imaginar um círculo, dentro do qual todas as pessoas e equipes multidisciplinares estão inseridas. Esse formato circular transmite a ideia de horizontalidade, caracterizada pela preferência por ambientes colaborativos e pela ampla participação — desde a elaboração das estratégias de cada setor.
No modelo de gestão tradicional, os projetos são elaborados do início ao fim, já considerando todos os procedimentos a serem adotados. Assim, as equipes seguem o planejamento do princípio ao final e sem interrupções. Com a gestão ágil, o projeto é concluído em partes, o que garante um gerenciamento dinâmico, conforme os problemas aparecem. Cada entrega parcial é submetida a uma análise específica (seja do cliente, seja de profissionais escalados para tal) antes que se dê continuidade a ele. A vantagem é que a probabilidade de se chegar ao fim com um produto ou um serviço redondo, ou seja, da maneira como o cliente deseja, é muito maior.
Outro fator que opõe os modelos tradicional e ágil é a própria gestão orçamentária. No primeiro caso, a reserva de recursos é definida de olho no período de longo prazo, sem aberturas para grandes alterações. No método ágil, existe um orçamento geral, mas ele é moldado conforme as necessidades de cada etapa. Essa flexibilidade possibilita a injeção de novos aportes financeiros para agilizar processos ou limitar gastos, o que depende de cada contexto.
Dadas as peculiaridades da gestão ágil, é importante conhecer as ferramentas mais utilizadas para colocá-la em prática. Vamos a elas!
Reconhecido como um dos recursos mais importantes para gerir atividades de maneira ágil, o Scrum divide as tarefas em ciclos. A intenção é organizar as entregas de cada uma delas de modo fracionado.
No Kanban, os membros de diferentes equipes do projeto têm acesso ao estado atual de cada etapa. Assim, eles ficam cientes quanto à fase que está em andamento, além de conferirem o que já foi feito e quem já o fez.
Aqui, temos uma filosofia de produção (ou de desenvolvimento) voltada à máxima eliminação do desperdício ao mesmo tempo em que se promove o aumento da eficácia produtiva. Igualmente imprescindível, esse conceito salienta que gestões ágeis também necessitam de processos enxutos. Você já deve ter reparado que a velocidade das modificações que afetam pessoas e empresas é cada vez maior. A quantidade de possibilidades que aparecem de todos os lados confunde e, ao mesmo tempo, dificulta a assimilação de certos conceitos, tecnologias, metodologias etc. Um dos problemas desse contexto excessivamente dinâmico é o risco de não se dar a devida atenção a alguns elementos que realmente importam. Isso porque eles tendem a se perder em meio a essa fartura de novidades. Fato é que, como demonstramos, a gestão ágil é algo que a sua empresa jamais deve perder de vista. Afinal, a adesão ao método é mais do que bem-vinda no processo de transformação digital da sua organização. Quer ter uma ideia melhor do diferencial que esse modelo de gestão pode proporcionar para o seu negócio? Baixe gratuitamente o nosso e-book detalhado sobre métodos ágeis!