Independentemente do seu nicho de atuação, a inovação se tornou uma necessidade. O mercado está cada vez mais dinâmico, e as novidades e as tendências de consumo surgem — e se modificam — em um ritmo altamente acelerado. A transformação digital vem lançando holofotes sobre uma verdade incontestável: as empresas que não se adaptarem ao atual cenário e não abrirem espaço para o novo serão deixadas para trás em pouco tempo. Nesse contexto, uma das principais estratégias de gestão que vêm sendo adotadas envolve os horizontes de inovação. Você já ouviu falar sobre eles? Nas próximas linhas, você vai entender o que são, como adotá-los, entre outros pontos igualmente relevantes. Continue a leitura!
Na verdade, ao falarmos dos horizontes de inovação, estamos nos referindo ao modelo elaborado pela McKinsey&Company, uma consultoria mundial de gestão. Trata-se, basicamente, de um framework estratégico que divide o processo de inovação em três dimensões. Essas três etapas distintas, por sua vez, funcionam como uma espécie de alicerce para as mudanças a serem implementadas pela empresa. Juntas, constroem e mantêm negócios exponenciais e sustentáveis. O conceito já é bastante antigo, mas foi incorporado de maneira ampla para auxiliar os empreendimentos a assegurarem o balanceamento entre inovações de longo e de curto prazo. Além disso, é importante pontuar que os três horizontes de inovação abrangem duas variáveis — o tempo e o crescimento — e contemplam desde inovações radicais até incrementais, que geram menos riscos. A sua divisão ocorre a partir do foco, de modo que:
Em outras palavras, durante a jornada, você poderá:
Inclusive, a importância de compreendê-los reside na possibilidade de visualizar de que maneira os resultados do negócio podem evoluir em curto, médio e longo prazo. Ou seja, por meio deles, torna-se possível enxergar a inovação sob perspectivas diferentes, analisando como cada uma delas contribui isoladamente para o progresso. Isso permite que você, empreendedor, balanceie o seu portfólio formado por projetos de inovação, levando o empreendimento a alocar os recursos no negócio principal, mas também, na criação dos negócios futuros.
Inicialmente, é imperativo destacar que a classificação dos horizontes de inovação não significa que um seja superior a outro. Na prática, o intuito é preparar o negócio para superar os desafios que provêm do mundo atual e das circunstâncias que ainda surgirão futuramente. Isso requer que todos os três sejam levados em conta para tomadas de decisões mais inteligentes. A seguir, vamos compreendê-los mais detalhadamente.
No primeiro horizonte, a preocupação deve ser voltada às soluções — sejam serviços, sejam produtos — que representam a principal atividade da companhia e que, consequentemente, geram a receita e o lucro. Nesse caso, o propósito é aproveitá-las ao máximo, investindo tanto quanto possível em melhorias nos resultados obtidos e na defesa contra a concorrência e eventuais novos entrantes do nicho. Portanto, aqui, a inovação busca a elevação dos níveis de eficiência no âmbito operacional e o aprimoramento da solução e da experiência do público-alvo. Um ponto fundamental a ser ressaltado é que os investimentos feitos no horizonte 1, via de regra, resultam em rápidos retornos. Como exemplo, vale a pena mencionar a caneta BIC, que, com o passar dos anos, investiu trabalho e tempo em prol da evolução do seu principal produto.
No segundo horizonte, o propósito é voltado à exploração de oportunidades de negócio novas, porém, que ainda representem extensões diretas do atual negócio. Bons exemplos nesse sentido seriam a expansão para um mercado novo e/ou o lançamento de um serviço/produto. Aqui, a inovação envolve mais riscos, se a compararmos ao contexto do primeiro horizonte, já que estamos falando de novas soluções e/ou novos mercados. Também é indispensável pontuar que o investimento já costuma ser superior, embora haja uma alta promessa de retorno. Um excelente exemplo a ser citado é o da Uber Eats, que tirou proveito do mercado adjacente da própria Uber, recorrendo a uma operação bastante semelhante.
No terceiro horizonte, o negócio trabalha com hipóteses. Ou seja, ideias que precisam passar por testagens e validações, inexistindo uma concreta previsão de resultado. Nesse caso, os investimentos feitos devem ser direcionados à validação das hipóteses por meio de experimentações. Então, após a validação, os projetos poderão receber um volume maior de recursos. Nesse horizonte de experimentação, estamos falando de projetos que envolvem grandes níveis de incerteza e riscos altos. Um exemplo que vale ser citado é a aposta de Elon Musk no Hyperloop. Seu futuro é incerto, pois não existem garantias de que a estratégia será bem-sucedida, de que haverá viabilidades em termos comerciais e, nem mesmo, que as pessoas serão receptivas à ideia. No entanto, se der certo, o Hyperloop pode se tornar um serviço de transporte disruptivo, provocando uma verdadeira revolução nos hábitos de consumo das pessoas de maneira geral.
No que diz respeito aos investimentos a serem feitos em cada um dos horizontes, o mais recomendável é aplicar a regra 70/20/10. Na prática, para um equilíbrio adequado do seu portfólio de inovação, 70% dos seus recursos devem ser direcionados ao "horizonte 1", para uma inovação sustentável. Outros 20% deles devem ser alocados no âmbito do "horizonte 2", para a exploração de novos empreendimentos e adjacências, e 10% deles devem se destinar ao "horizonte 3", visando à inovação radical. Compreendida essa questão, vamos abordar brevemente como é possível aplicar o framework dos três horizontes de inovação no seu empreendimento. Nesse sentido, o ponto de partida é identificar de que forma cada um deles vem sendo desafiado dentro do seu negócio, afinal, idealmente, todos devem estar em jogo simultaneamente, em projetos diferentes. Em seguida, é necessário fazer uso desse diagnóstico para decidir quais serão as técnicas e as ferramentas empregadas a cada inovação. Leve em conta que horizontes distintos demandam "arsenais" diferentes. Portanto, é recomendável o desenvolvimento de uma gestão de inovação que se mostre adequada a cada um dos casos. Por fim, é indispensável que o corpo diretivo esteja devidamente alinhado à estratégia empresarial, dando espaço a uma cultura de inovação, disponibilizando os recursos necessários e criando uma atmosfera que seja favorável ao surgimento de ideias novas. Como vimos, o modelo de três horizontes de inovação auxilia as organizações a se concentrarem em inovar e crescer. Assim, na prática, os três devem ser utilizados para a adoção de uma estratégia de crescimento que, por sua vez, impulsionará iniciativas futuras igualmente centradas na inovação. A leitura deste post foi produtiva? Então, aproveite para conferir também o que é um ecossistema de inovação!