Você sabe o que é o Manifesto Ágil e como aplicá-lo? Confira!

Considerado um verdadeiro marco para o universo das startups e para o ecossistema da inovação, o Manifesto Ágil é um documento que foi criado nos Estados Unidos — em Utah, mais precisamente — em fevereiro de 2001, originando alguns conceitos importantes. Um exemplo é a metodologia ágil que, a partir de então, passou a ser cada vez mais aplicada no contexto empresarial.

 

Em resumo, podemos dizer que o Manifesto Ágil viabilizou a humanização das relações corporativas. Inicialmente, isso se deu na área de desenvolvimento de softwares mas, posteriormente, na cultura de diversas companhias que não fazem parte do setor de TI (Tecnologia da Informação).

 

Afinal, na prática, ele deu um maior destaque aos relacionamentos estabelecidos entre as pessoas como um elemento crucial para a resolução de problemas.

 

Quer entender o conceito mais a fundo? Nas próximas linhas, veja a sua finalidade, como surgiu, qual é a sua importância, entre outros pontos igualmente relevantes. Continue a leitura!

 

O que é o Manifesto Ágil?

 

Em termos simples, podemos conceituar o Manifesto Ágil como uma declaração de princípios e valores essenciais que, a princípio, voltavam-se ao desenvolvimento de softwares. No entanto, ainda que o documento estivesse estritamente associado ao segmento tecnológico, os seus impactos — e o desenvolvimento ágil que é proposto — alcançaram, como dito, organizações dos mais distintos setores.

 

O documento, que traz princípios que baseiam o desenvolvimento ágil de processos, foi criado como uma ferramenta de gestão para o desenvolvimento de softwares ágeis, com um enfoque exclusivo e único na voz do consumidor. O propósito é entregar sempre algo que torne as experiências dos usuários positivas.

 

Como surgiu?

 

O Manifesto Ágil foi criado em fevereiro de 2001, quando houve a reunião de 17 profissionais que já colocavam métodos ágeis em prática — como Scrum, XP, DSDM, etc. Embora fizessem uso de abordagens diferentes, compartilhavam fundamentos iguais. Assim, ao longo do encontro, eles perceberam que havia um consenso acerca dos aspectos de maior relevância em relação ao desenvolvimento de softwares. Com isso, optaram por elevar a reunião a um patamar superior.

 

Nesse momento, foi tomada a decisão conjunta de elaborar um documento que representaria uma espécie de "grito de guerra" para os novos processos. Então, iniciou-se uma busca por um nome que expressasse com precisão a essência daquele movimento — o uso dos termos "métodos leves" foi cogitado, mas não foi validado porque não explanava verdadeiramente o significado que desejavam transmitir.

 

Logo, após considerarem diversos nomes, os participantes acordaram que ágil era uma palavra que captava bem a proposta. Diante disso, a segunda parte do encontro foi dedicada à escrita do documento que, posteriormente, desencadearia o Manifesto Ágil, contendo os valores e as crenças dos 17 profissionais declarados.

 

Por fim, nos meses seguintes, o trabalho se voltou à definição dos princípios, com uma expressão bastante clara do que o Manifesto Ágil defende e daquilo ao que se opõe — elucidando, assim, o que é ágil e o que não é. Inclusive, é por essa razão que não há como fazer uma dissociação entre o Manifesto Ágil e o Scrum (ou quaisquer outras metodologias que sejam fundamentadas nas suas premissas).

 

Quais são os seus valores?

 

Levando em conta que o grupo fundador do Manifesto Ágil estava imerso no universo dos softwares, a partir das próprias experiências, os autores do documento trouxeram valores que visavam proporcionar melhores meios para desenvolvê-los. No entanto, há um reconhecimento de que as ferramentas, os processos, os contratos, as documentações e os planos podem ser relevantes para quaisquer projetos.

 

Para isso, basta que estejam todos alinhados aos valores ágeis. A seguir, explicaremos cada um, em detalhes.

 

Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas

 

O grande destaque é dado à relevância da humanização do projeto em um processo de gestão. Nesse contexto, criar uma rede de comunicação de qualidade dentro da sua equipe é fundamental para que haja interação entre todos os integrantes.

 

Assim, é necessário ter em mente que os processos e as ferramentas são importantes, mas que o relacionamento com as pessoas deve ser a prioridade.

 

Softwares funcionando bem estão acima de documentações abrangentes

 

No desenvolvimento, o ponto principal é a criação do software — e não a documentação. Ou seja, o sistema precisa ser entendido pelos profissionais que estão atuando no seu processo de criação e, por essa razão, não há necessidade de documentação.

 

No entanto, é imperativo que o trabalho mais importante para a sua empresa seja colocar o software em adequado funcionamento, haja vista que os clientes estão à procura de resultados.

 

Colaboração com o cliente acima da negociação de contratos

 

O contrato é importante, porém, mais relevante ainda é saber o que os clientes esperam. Nesse sentido, é fundamental que os profissionais atuem lado a lado com o consumidor, mantendo uma boa comunicação.

 

Afinal, não é do interesse do negócio contrariar o seu cliente, e o cliente deseja ter voz ao longo do processo de desenvolvimento da sua solução.

 

Respostas às mudanças acima da observação "cega" de um plano

 

O último valor do Manifesto Ágil nos mostra que, embora as prioridades das partes interessadas precisem ser previamente definidas, é imperativo haver flexibilidade para eventuais mudanças. A rigidez perante a necessidade de implementar transformações não pode existir nas metodologias ágeis.

 

É claro que ter um processo de criação e priorizar as etapas é altamente recomendável, mas ser flexível em relação às atividades perante novas necessidades e/ou de acordo com os feedbacks coletados é indispensável para alcançar o sucesso.

 

Quais são os 12 princípios do Manifesto Ágil?

 

Além dos valores trazidos pelo documento, os autores desenvolveram 12 princípios que precisam ser observados, com a finalidade de nortear a seleção das ações, dos métodos e das ferramentas para o desenvolvimento da equipe ágil dos projetos. São eles:

 

  1. Geração de valor — priorização da satisfação do cliente a partir da entrega antecipada e contínua;
  2. Flexibilidade — adoção da mentalidade de que processos ágeis se adaptam às mudanças para garantir vantagens competitivas aos clientes;
  3. Frequência — diz respeito à entrega do software em funcionamento com frequência, preferencialmente, em períodos curtos;
  4. União — priorização do trabalho conjunto ao longo de todo o curso do projeto;
  5. Motivação — oferecendo aos envolvidos o suporte e o ambiente necessários para que se mantenham motivados e, consequentemente, confiando na execução do trabalho;
  6. Comunicação — priorização de diálogos pessoais para a transmissão mais eficiente de informações;
  7. Funcionalidade — considerada uma medida primária de progresso;
  8. Sustentabilidade — em que se preza pela capacidade de manter passos constantes de forma indefinida;
  9. Revisão — com base na ideia de que a atenção contínua à excelência eleva a agilidade;
  10. Simplicidade — considerada uma "arte", no sentido de maximizar o volume de trabalho que não precisou ser feito;
  11. Organização — fundamenta-se na ideia de que os melhores resultados provêm de times auto-organizáveis;
  12. Autoavaliação — de modo que, regularmente, as equipes refletem acerca de como podem se tornar mais efetivas e, a partir disso, ajustam-se e otimizam o seu comportamento.

 

Desde a sua elaboração, o Manifesto Ágil se propunha a trazer alternativas que elevassem o dinamismo do trabalho, tornando-o mais fácil. Com isso, a ideia inicial já se voltava à diminuição das etapas produtivas, a partir do estabelecimento de entregas definidas e da simplificação da comunicação.

 

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