O investimento em inovação é parte fundamental de qualquer projeto direcionado à transformação digital nas empresas. Inovar também é uma constante nos modelos de negócios disruptivos. Afinal, estamos falando a respeito de organizações que mudam profundamente a forma como as pessoas se relacionam com determinado produto ou serviço. Logo, chegar ao tão sonhado pensamento “por que é mesmo que eu não pensei nisso antes?” é o foco central. Mas, afinal, o que são negócios disruptivos e como acontece todo esse processo de revolução de mercados que, aparentemente, permaneceriam estáticos para sempre? É o que vamos descobrir a partir das próximas linhas!
Ao contrário do que se vê em muitos lugares, a inovação disruptiva não se limita ao lançamento de um novo produto ou serviço. No início deste post, falamos sobre uma transformação entre consumidores e itens de consumo — e esse detalhe faz toda a diferença. Dito isso, negócios disruptivos são aqueles capazes de provocar uma ruptura em um determinado mercado, abalando mesmo suas estruturas. Não se trata, por exemplo, do surgimento de uma nova instituição financeira ou seguradora. O caráter disruptivo depende da capacidade de o negócio proporcionar algo que, até então, era considerado impraticável ou visto com olhares de desconfiança quanto ao seu sucesso. Isso permanece até o momento em que alguém coloca uma nova proposta na mesa, demonstrando que é possível efetuar algo diferente de tudo o que já se viu ou se experimentou. Outro ponto a se observar é que negócios disruptivos não são aqueles que lançam soluções exclusivas ou acessíveis a um grupo reduzido de pessoas. Por sinal, esse é outro equívoco comum relacionado ao assunto, pois muita gente acha que esse modelo está atrelado ao desenvolvimento de dispositivos caros, por exemplo. Na verdade, a inovação realmente disruptiva é calcada em alguns princípios contrários a essa falsa premissa. Para receber essa nomenclatura, as inovações precisam ser:
Elas são acessíveis justamente pelo fato de ficarem disponíveis a um elevado número de pessoas de maneira simultânea. Ao mesmo tempo, são convenientes porque solucionam entraves que pareciam sem solução — e o fazem de um modo impactante. O melhor de tudo: são simples, já que oferecem soluções funcionais e intuitivas.
Todas as características comentadas há pouco estão presentes em algumas das empresas mais disruptivas do mundo, como Uber, Airbnb e Netflix. Cada uma delas desestabilizou mercados ao ponto de alguns deles desaparecerem. Antes do transporte por aplicativo, todo mundo, de maneira geral, achava que o táxi convencional seria mantido a todo custo. Essa visão restrita chegou ao fim com a consolidação da Uber e o surgimento de outras organizações similares, que pegaram carona na ideia bem-sucedida. No caso do Airbnb, o fenômeno foi parecido. Viajantes ao redor de todo o planeta estavam acostumados a seguir uma determinada rotina ao se deslocarem pelo mundo. No caso, elas compravam passagens e reservavam quartos em hotéis. Mesmo sem reserva, em algum momento tenderiam a se hospedar em algum deles. Baseado em economia compartilhada, o Airbnb mostrou que era possível propiciar outra experiência. Desde então, quem prefere se alojar em casas e apartamentos de moradores locais não pensa duas vezes ao recorrer ao serviço da empresa. Já a Netflix é um dos casos mais emblemáticos, uma vez que exerceu um papel decisivo no desaparecimento de um mercado que perdurou por muito tempo: o de locações de vídeo. De quebra, a popularização do streaming ainda desestimulou o uso da pirataria. Observe que esses são diferenciais que alteram radicalmente a experiência do usuário, mas sem cobrarem a mais por isso. Para comprovar esse ponto, basta comparar os preços praticados pelas empresas que insistem no modelo tradicional e aqueles realizados pelas organizações disruptivas. A Netflix foi pioneira, mas já existem outras organizações que investiram no streaming de vídeo, como Amazon Prime Video, HBO Max, Mubi etc. Com estratégias de conteúdo distintas, todas elas oferecem um vasto catálogo de títulos a um preço acessível. De forma resumida, os negócios disruptivos entregam soluções com alta qualidade e maior valor agregado, mas a preços viáveis para um grande número de consumidores. Por fim, cabe ainda um adendo quanto ao contínuo desenvolvimento dessas empresas. Depois da Uber, veio o Uber Eats, por exemplo. Se no início o Eats era apenas voltado a entregas de comida feita por restaurantes, depois passou a garantir delivery de compras de supermercado — atualmente, funciona apenas na última modalidade.
Sem dúvida, o aporte financeiro em tecnologia e em inteligência preditiva é essencial para explorar novos nichos abertos ao efeito disruptivo. No entanto, a experiência mostra que esse está longe de ser o único aspecto atrelado à revolução dos mercados. Os segredos que envolvem a criação de negócios disruptivos estão nas entrelinhas do que já comentamos até aqui. Porém, vamos agrupar essas informações para ficar mais fácil.
O primeiro fator a se observar é a necessidade de analisar o que já existe e se isso poderia ser oferecido a um preço menor sem perda da qualidade. Exemplo? Os computadores pessoais, que permitiram que qualquer pessoa pudesse ao menos pensar na possibilidade de ter uma dessas máquinas em sua casa. Em segundo lugar, é preciso avaliar a usabilidade do item em questão. Voltando ao exemplo dos computadores pessoais, os primeiros modelos não tinham mouse, um periférico que, como se sabe, mudou totalmente a forma de utilizar os dispositivos.
A partir do incremento do mouse, o computador pessoal passou a ser visto como algo realmente útil para a extensa maioria das pessoas. Trata-se de algo bem compreensível, já que esse periférico foi o responsável por realmente conectar o usuário comum às funções que ele visualiza pelo monitor. Nesse nível de experiência, o consumidor começa a pensar nas inúmeras possibilidades derivadas daquela novidade. Ele percebe como aquilo pode mudar sua vida para melhor. O raciocínio é o mesmo quando se pensa em outras empresas, sejam do ramo de hotelaria, sejam do streaming ou qualquer outro segmento.
As soluções prontas são simples, funcionais e acessíveis. Já o desenvolvimento delas é consideravelmente complexo. Talvez, uma das lições mais evidentes dos negócios disruptivos para o mercado esteja ligada à participação da jornada de transformação digital nesse processo. No mundo de hoje, tal jornada é indiscutivelmente imprescindível. Contudo, para criar algo genuinamente disruptivo, com todas as letras, é necessário montar uma infraestrutura mais ampla. Nesse sentido, entram em cena a adoção de certos métodos, como o design thinking. Ao mesmo tempo, é crucial fomentar ambientes de inovação que ajudem a reformular a cultura da empresa e a refinar o seu propósito organizacional. Por fim, vale a pena observar a maior lição dos negócios disruptivos: padrões estão aí para serem rompidos. Quais serão as próximas empresas a realizarem esse feito? As tecnologias emergentes podem apontar a direção. Porém, é essencial ter em vista que elas precisam se encaixar no quebra-cabeças de soluções de problemas reais, enfrentados diariamente por diferentes consumidores. Quer saber mais sobre inovação e tecnologia? Assine nossa newsletter!