Trabalho remoto x híbrido x físico: saiba como escolher o adequado

Com a volta gradual aos escritórios, depois de quase dois anos de pandemia e de períodos longos de isolamento, é normal que as empresas se questionem: qual é o melhor modelo nessa retomada? Em algumas organizações, o trabalho remoto ainda se coloca como a principal opção. Em outras, o trabalho híbrido tem a preferência.

 

Contudo, não se trata apenas de uma questão de espaço ou de estrutura física e tecnológica. Há, ainda, outros fatores a serem considerados pelas lideranças, tais como a reintegração entre as equipes, a inclusão e o planejamento digital dos colaboradores, o fortalecimento da cultura da organização etc. Preparamos este guia para você avaliar o melhor formato para a sua empresa. Boa leitura!

 

O trabalho remoto x o híbrido x o físico — as mudanças de cenário

 

Em março de 2020, quando a pandemia de Covid-19 levou as equipes a terem de se adaptar ao trabalho remoto de forma quase compulsória, poucos gestores sabiam dizer com certeza como esse novo formato funcionaria. Embora algumas organizações mais inovadoras já adotassem o modelo home office, isso não era algo amplamente utilizado pelas companhias. A modalidade presencial ainda predominava.

 

Uma pesquisa divulgada pela Agência Brasil e realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em abril de 2020, logo após o início da crise sanitária, mostrou que o home office foi adotado por 46% das empresas no país. A pesquisa também divulgou que 67% das companhias tiveram dificuldades em implantar o modelo. A falta de familiaridade com as ferramentas de comunicação e o comportamento dos colaboradores online foram citados como as principais barreiras, além da atuação das áreas de tecnologia.

 

O que mudou desde então?

 

Agora, as companhias já encontram outro cenário: profissionais adaptados ao ambiente online voltam a comparecer aos escritórios. Ao mesmo tempo, há uma demanda pela manutenção da flexibilidade de horários e das vantagens do trabalho remoto, como a capacidade de exercer as atribuições de qualquer lugar e de se deslocar até a empresa quando for necessário ou quando o profissional desejar. É nesse contexto que o trabalho híbrido se torna uma das opções mais fortes na visão de gestores e também dos funcionários.

 

O trabalho híbrido — a conexão em primeiro lugar

 

Um levantamento divulgado pelo Talenses Group, holding brasileira de recrutamento e seleção, mostra que 73% dos profissionais em home office preferem o trabalho híbrido. Nesse formato, há uma combinação do trabalho remoto com o trabalho presencial. Na prática, o funcionário poderia sempre atuar de qualquer lugar e comparecer ao escritório quando desejasse.

 

O modelo híbrido ganhou força principalmente porque os colaboradores não querem abrir mão das flexibilidades encontradas no regime remoto, mas sentem falta, principalmente, do contato com outros profissionais. Além da flexibilidade, as vantagens do trabalho híbrido incluem a redução de custos para a empresa e a melhora na qualidade de vida e na saúde dos funcionários.

 

Online primeiro

 

No entanto, o modelo também tem os seus desafios. O principal deles é garantir que nenhum colaborador seja "deixado de fora" ou não tome ciência de decisões da empresa ou da equipe porque estava em trabalho remoto quando os demais estavam no escritório.

 

Os gestores de cada área precisam ter em mente que as pessoas que estiverem trabalhando remotamente devem ser incluídas nas discussões que ocorrem com a equipe que está no presencial. Para isso, há uma premissa fundamental do trabalho híbrido: talvez ele não precise acontecer 100% online, mas precisa acontecer "online primeiro". Isto é, as principais ferramentas de comunicação devem ser virtuais para que todos possam acessá-las de qualquer local, ao mesmo tempo, estejam presentes no escritório ou em suas casas.

 

 

O trabalho remoto — as vantagens e os equívocos

 

As empresas também podem optar por manter as suas equipes em trabalho remoto. Nesse caso, não há retorno aos escritórios, que podem servir apenas como pontos de apoio ou, até mesmo, ser descartados, dependendo do setor no qual a companhia atua.

 

Algumas vantagens desse modelo são semelhantes àquelas do trabalho híbrido: a flexibilidade de rotinas e de onde trabalhar permanece. Desempenhar as funções de casa, em um coworking ou em um café pode ser atrativo para o profissional porque ele pode mudar de local e continuar conectado à empresa.

 

A redução de custos tem um peso importante na escolha do trabalho remoto. Ao apostar nesse modelo, a empresa reduz as despesas com água, luz, internet e outras contas relativas à estrutura de um escritório. Porém, é claro que, no home office, você precisa se preocupar com essas questões também.

 

É interessante que as equipes de RH pensem em projetos que ofereçam aos colaboradores benefícios ou ajudas de custo para melhorar a rede de internet das casas, por exemplo, ou para adquirir objetos que trazem melhor infraestrutura. Nesse sentido, é possível citar mesas adequadas e cadeiras que respeitem os princípios de ergonomia.

 

Comunicação efetiva

 

A comunicação clara e efetiva é um dos principais desafios do trabalho remoto e deve ser observada pelos gestores com atenção. Em primeiro lugar, é preciso garantir que a ferramenta escolhida pela organização para fazer reuniões e pitchs, tocar projetos e registrar os processos do dia a dia seja adequada e compatível com as demandas da empresa.

 

Além disso, todos os profissionais precisam estar plenamente treinados na ferramenta escolhida e 100% seguros de que serão ouvidos e de que terão as suas dúvidas respondidas quando precisarem se comunicar com gestores e lideranças. Por outro lado, também é necessário entender que o colaborador não precisa estar sempre disponível, embora o trabalho remoto cause essa falsa impressão.

 

Essa ideia pode desgastar o profissional, fazê-lo ficar sempre cansado e, é claro, diminuir a produção e a paixão pelo trabalho. É essencial que a empresa tenha clareza quanto aos horários de expediente e às folgas semanais.

 

A escolha do modelo adequado para adotar na sua empresa

 

Não há um modelo que atenda 100% às demandas de cada empresa, por isso, os gestores precisam levar alguns aspectos em consideração e entender quais são os pontos fortes e o que precisa ser melhorado. Nesse sentido, sugerimos algumas avaliações:

 

  • No caso do trabalho remoto, há estrutura tecnológica suficiente para que toda a organização atue 100% do tempo online?
  • As ferramentas de comunicação estão adequadas tanto para o modelo remoto quanto para o híbrido?
  • O escritório serve como um ponto de encontro e de convivência entre as equipes? O que é possível ganhar e o que se pode perder se não houver mais um espaço físico?
  • A equipe prefere se encontrar fora da empresa, em outros ambientes?
  • Quais benefícios é possível oferecer em ambos os formatos?
  • Qual é a diferença de redução de custos no modelo híbrido e no modelo presencial?
  • Algum dos dois modelos ajudará a alcançar a projeção de resultados?

 

Por fim, vale destacar que a visão dos colaboradores sobre o melhor modelo pode ajudar os setores de Recursos Humanos (RH) e os gestores a optarem pelo trabalho remoto ou pelo trabalho híbrido. No entanto, também precisam ser levados em conta outros aspectos, como a produtividade, a inserção digital e a busca por resultados.

 

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