Empresas Randon registram crescimento de 25% na receita líquida do semestre

A receita líquida consolidada somou, de janeiro a junho de 2019, R$ 2,4 bilhões.
Updated on
27/04/2023

Apesar da rápida reversão da expectativa de um novo ciclo de crescimento brasileiro, que não se confirmou, as Empresas Randon registraram boa performance no primeiro semestre. A receita bruta total das Empresas Randon de janeiro a junho de 2019 alcançou R$ 3,5 bilhões, avanço de 27,6% sobre o mesmo período de 2018. No segundo trimestre de 2019, a receita bruta total somou R$ 1,9 bilhão, 29,2% superior à obtida no mesmo período de 2018 (R$ 1,5 bilhão). A receita líquida consolidada somou, de janeiro a junho de 2019, R$ 2,4 bilhões, aumento de 25,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto no segundo trimestre deste ano somou R$ 1,3 bilhão contra R$ 1 bilhão no comparativo anterior.

Para o CFO das Empresas Randon, Paulo Prignolato, há diversos fatores conjugados que levaram a este resultado. “Estamos em um cenário de recomposição de preços, controle de custos e volumes crescentes de vendas de caminhões pesados e implementos rodoviários, o que demanda maiores volumes de autopeças das empresas controladas, especialmente freios e eixos e suspensões. Também tivemos recentemente a conclusão de projetos de expansão de capacidade com ganhos de produtividade, como a inauguração do centro de distribuição Randon Linhares e a constituição da Randon Triel-HT”, ilustra ele.

 

O lucro bruto consolidado do 2T19 atingiu R$ 347,2 milhões, 42,5% superior ao mesmo período do ano anterior (R$ 243,7 milhões). A margem bruta passou de 23,9% no 2T18 para 26,7% no 2T19. No semestre, o lucro bruto foi de R$ 616,1 milhões, com margem bruta de 25,3% (R$ 460,8 milhões e margem bruta de 23,7% no 1S18). O EBITDA consolidado somou no 2T19 R$ 203,7 milhões, aumento de 61,3% em relação ao valor obtido no mesmo trimestre de 2018 (R$ 126,3 milhões). A margem EBITDA passou de 12,4%, no 2T18, para 15,6%, no 2T19. No comparativo semestral, o EBITDA consolidado avançou 18,3%, e somou R$ 338,0 milhões no 1S19 (margem EBITDA de 13,9%).

 

Nesta quarta-feira, a companhia realiza sua tradicional reunião na Associação dos Analistas e Profissionais do Mercado de Capitais (Apimec), em São Paulo, apresentando em detalhes seu desempenho.

 

Mercado externo - As exportações no segundo trimestre somaram US$ 45,8 milhões (+11,7%) e chegaram a US$ 86,2 milhões no semestre, ante US$ 77,8 milhões no 1S18. No segundo trimestre, as vendas de semirreboques para o mercado externo apresentaram crescimento de 5% no comparativo com o mesmo período de 2018. A evolução se deve principalmente à retomada das vendas para o continente africano. Embora a Randon mantenha seu market share em exportações acima dos 70%, o mercado externo tem dado sinais de desaceleração, principalmente em função dos preços das commodities, afetando o cobre (Chile e Peru) e grãos (Bolívia e Paraguai). Na Argentina, o cenário permanece complexo por questões políticas, potencializado por ser ano eleitoral. As controladas Master e Fras-le também apresentaram avanço nas exportações de 37,3% e 6%, respectivamente, devido ao aumento das vendas para México e Estados Unidos.

 

Veículos e implementos - O volume total de implementos rodoviários vendidos pela Companhia no 2T2019 (mercado interno, exportações e unidades no exterior) chegou a 6.957 unidades, segundo melhor trimestre da história para a Randon Implementos. Com a baixa atividade econômica ao longo do ano, já se observa uma desaceleração nas vendas de semirreboques em todos os segmentos, o que pode afetar a carteira de produção do 4T2019 e início de 2020, caso não haja uma retomada dos negócios nos próximos meses.

 

Vagões ferroviários - O mercado de vagões ferroviários está registrando um dos piores anos desde a privatização das ferrovias, nos anos 90. No 2T19, a Randon Implementos vendeu um vagão, contra 128 unidades no mesmo período do ano anterior (-99,2%). Os volumes de 2019 devem permanecer baixos, já que os clientes desse segmento sinalizam projetos para aquisição de novos lotes somente a partir do próximo ano, em grande parte condicionados à renovação das concessões ferroviárias. Caso a renovação seja postergada por mais tempo, o mercado ferroviário brasileiro deverá observar um período mais longo de baixa atividade.

 

Autopeças - A produção de caminhões no 2T19 ficou em 30.677 unidades, aumento de 22% em comparação ao 2T18. Os licenciamentos no mercado interno tiveram expansão maior, de 41,1% frente ao mesmo período do ano anterior (25.315 unidades no 2T19 contra 17.942 unidades no 2T18). A demanda das OEMs por autopeças, principalmente para a produção de caminhões pesados, beneficiou as empresas da Companhia que estão mais expostas a este segmento. Já no mercado de reposição, principal segmento de atuação da controlada Fras-le, os volumes de materiais de fricção apresentaram queda principalmente em função de um ambiente competitivo e acirrado no mercado das pastilhas para veículos leves.